Poucas coisas valem a pena, o preço, é isso. É triste. E quanto vale o show? Quanto a gente paga pelas coisas que nunca disse? Liquidação de almas, "Será que você podia me amar, pelo amor de Deus?" Chega, isso não é vida. E o dia em que esse tipo de apelo invade seus pensamentos, ainda que você não fale, não exponha, não implore em voz alta, a etiqueta de promoção é lacrada nas suas costas, também automaticamente. E esse não é o começo de nada, é o fim. Não dá pra ser levada na promoção e esperar ser a peça única, melhor e mais amada de todas. Bonitinha e barata, Deus me livre. Não tem troca, não tem devolução e você vai feliz na sacola rotulada Pra Sempre, pra ser esquecida no armário mais uma vez. Ser emprestada pra um amigo, que não vai te devolver e ele não vai cobrar, não vai lembrar, não tem importância. É isso. Liquidação desesperada ou preços abusivos. Eu não combino com tudo, não sou barata, simples, fácil, leve, básica. Se quiser me levar, vai ter que ser assim, por necessidade. E quem explica essa coisa de precisar? Você sabe, lá no fundo, que foi feito pra você e não fica bem em mais ninguém, ainda que não seja nada que você costume amar, usar, ter. E talvez seja justamente por isso. Escondida entre umas peças bregas, na arara errada, na saída do provador. Nunca em promoção, só leva quem pode, não basta querer. Enquanto isso, ontem mesmo eu vi um carinha interessante nessa seção, não lembro onde exatamente, deve ter acabado meu número, pra variar. Deixa pra lá... Imediatamente sou abordada: “Posso ajudar? Tá procurando alguma coisa especial? Uma história de amor de quatro meses, um ano, pra sempre?” Oi? Não, não, tô só dando uma olhadinha!
Marcella Fernanda
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