Gosto de me sentir desejada, mas odeio quem conversa comigo olhando pros meus peitos. Odeio quem grita "Psiu" no meio da rua, as gracinhas masculinas, odeio esses idiotas que me fecham pra morder a boca enquanto eu passo. Tenho muita raiva quando algum homem se diz seu amigo, até achar o momento propício de despejar que sempre foi afim de você. Não gosto que me subestimem ou limitem minha capacidade, gente que acha que eu posso ser bonita ou inteligente, nunca os dois. Detesto dar "Bom dia" e ser respondida com uma cara feia. Me tira do sério gente que tem necessidade de atenção, de gritar pro mundo o quanto é foda. E também gente que vive pra convencer o mundo de que é uma pessoa que não chega nem perto de ser. Me irrita gente que pergunta o que houve com a cara de preocupação mais forçada do mundo só pra matar a curiosidade sobre o que aconteceu e, não contente, ainda resolve distribuir clichês do tipo "Tudo passa, né", "O tempo é rei" ou "Deus sabe o que faz". Odeio quem senta do meu lado no ônibus e começa a contar a vida, ainda que eu esteja com fone de ouvido. Odeio não saber dizer não e ser simpática quando não devo. Me estressa gente que vem puxar assunto e deixa o assunto morrer depois do "Não tenho novidades". Odeio gente otimista que insiste em me tirar o prazer de reclamar. Também odeio os pessimistas ou realistas ao extremo, que nunca acreditam nos meus sonhos e eu tenho milhares. Detesto gente que confunde as coisas, que me ouve falar sobre o cara que eu gosto e minutos depois tenta me beijar. Odeio verão, odeio inverno, odeio não ter uma estação preferida. Odeio uma milhão de coisas, mas odeio principalmente, ainda assim, conseguir ser infinitamente amor.
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